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Digo eu

Digo eu

É duro ser mãe mas é a melhor coisa do mundo

 

 

 

 

 

 

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É duro ser mãe. Mas muito mais duro ainda seria não o ter sido. Não ter tido a maravilhosa experiência de carregar dentro de mim as minhas filhas que pus no mundo, de as ter sentido crescer, de me deparar com um pé ou um braço tão claramente visíveis na minha barriga, que ficava assim deliciosamente deformada quando elas manifestavam a sua presença. Durante todo esse período foi ali que viveram, que respiraram, que batiam aqueles corações de ritmo acelerado, que eu protegi com orgulho e um amor que não se explica. 
É duro ser mãe. Mas muito mais duro ainda seria não o ter sido. Não imagino a minha vida sem tudo o que me deram, esse tão grande privilégio da maternidade, um direito impossível de ser rejeitado. Fui assim tocada pela graça divina, o dom da criação, uma sensação tão intensa de afecto e sensibilidade acrescida. Tudo muda. Ser mãe fez de mim uma mulher muito mais altruísta, muito mais consciente, muito mais corajosa, muito mais disponível e compreensiva. 
É duro ser mãe. Mas muito mais duro ainda seria não o ter sido. Passei a conhecer todas as profissões e todas as artes que existem à face da terra, aquelas que exigem disponibilidade absoluta, perspicácia, eficiência e novos sentidos de conhecimento profundo, além de generosidade e o instinto de protecção espontâneos e sem limites. Todas as prioridades mudam, toda a vida se altera, com períodos e fases de choque, de contestação, de vontade de desopilar batendo com a porta, só para querer de novo regressar à melhor missão que existe no mundo. 
É duro ser mãe mas é a experiência mais sensacional à face da terra, a única que não trocaria por nada neste mundo. 

É preciso falar

 

 

 

 

Conversas com as minhas sobrinhas… Manter-me próxima é uma das minhas prioridades.

 




Não posso deixar de reparar. É de tal maneira elucidativo de como se comporta a sociedade em geral, que mesmo que eu quisesse, seria impossível não notar. A desculpa é sempre a mesma… Somos bombardeados por notícias todos os dias, a cada segundo uma nova tragédia. Então seguimos viagem como se nada nos tocasse. É mais uma no meio de tantas outras, pois então que se f---!
Adoro falar com as minhas sobrinhas. Muitas delas. Desta vez foi com a Ana (mais conhecida na família por Nicole), que já esteve num campo de refugiados e que todos os dias partilha notícias que dizem respeito a esse assunto.
Dizia-lhe eu: "Tu já viste bem que ninguém lê o que partilhas? Fico escandalizada"!
ela: "Tia, infelizmente as pessoas só se preocupam com estupidezes. As  pessoas só querem saber das suas vidinhas e não se importam com o que se passa no mundo".
eu: "Oh filha, as pessoas não querem saber da própria família, quanto mais do resto"! 
E continuámos assim a conversa, tendo-lhe eu dito para ela não desistir de partilhar as notícias, quanto mais não fosse por mim, que as leio sempre.
Incomoda-me que os outros não se incomodem e não me considero nenhuma Madre Teresa de Calcutá. Apenas me aflige o sofrimento dos outros e o facto das pessoas se esquecerem tão depressa das tragédias, das misérias e das grandes injustiças que há neste mundo. Dá que pensar. Há que pensar. Como não pensar? Seria para mim absurdo. 

O que me espera este Verão?

 

 

 


Depois de ter acordado, tomado café e fumado o meu cigarro, depois de ter andado a cirandar pela casa enquanto acabava de pintar mais uma "black is beautiful" e postado no instagram, depois de ter enchido de água a taça dos cães, depois de ter limpo tudo o que havia para limpar, casas de banho inclusive, feito a cama e aspirado o quarto, depois de ter o banho tomado, sentei-me finalmente na mesa da cozinha para acabar com um resto de frango com 3 dias de frigorífico. Estava uma delícia por sinal. 
Pensei vezes sem conta na tarde agradável de ontem, nos 15 miúdos que formam a banda "They Must Be Crazy" que fui ouvir tocar no jardim à beira do Tejo em Belém (Meo Out Jazz), nas melodias excelentes cheias de ritmo, na gente que dançava, nas pessoas com quem fui, nas que encontrei por acaso e finalmente no regresso a casa com uma breve passagem pelo supermercado, tendo sido avisada que era a última chance de contribuir para o Banco Alimentar. 
Faço o que tenho que fazer, o que me dá prazer, para enfim não ter que pensar no que gostava de fazer e que não posso, nas saudades que tenho das minhas filhas, na dimensão dos problemas que precisam de solução, no processo doloroso das doenças e das consequências a nível físico e emocional e como vai ser este verão. Quem fará parte do meu verão? Haverá alguma resistência, algum senão? São múltiplos e chatos. Alguns complicados, todos me preocupam e entristecem. 
Anseio pela vinda da Joana em Julho, pela da Carlota em Agosto. Breves momentos que tenho que aproveitar, antes de as ver partir de novo. 
Gostava de poder voltar a viajar em família ainda este ano. Como será este verão? Espero que não seja assim tão solitário. Que venham boas notícias, bom sol e boa praia. 

 

 

 

 

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Mostra pra mim a tua arte!

 

 

 

 

O que é ser artista? Para mim é todo aquele que se destaca por ser diferente.

Há os artistas por excelência, aqueles que se exprimem através da sua arte, que têm o dom da escrita, deixando o leitor  preso aos seus relatos. Os que se mostram através de pinceladas, os que expõem sentimentos esculpindo pedras, os que dançam atravessando palcos. Há os que cantam e nos deixam extasiados, os que tocam instrumentos com a alma ou os outros que encarnam personagens no cinema ou no teatro. Os que desenvolvem a sua criatividade e que sentem por dentro uma necessidade de mostrar ao mundo a sua habilidade de transcender o mais comum dos  mortais.

Mas artista é também todo aquele  que capta o sentido da vida. Aquele que ri com  genialidade e que chora quando é preciso chorar. O tal que ama sem julgar, que sai do seu lugar para que os outros também tenham por onde andar. O que sabe tirar proveito de todas as experiências, que tem consciência que tem ainda muito que aprender. O que ouve e está atento, que muda de opinião quando vê que está errado,  que se importa com os sentimentos dos que estão ao seu lado. Aquele que cai e se levanta, que não reclama, que não se não se importa de mostrar a sua fragilidade. Aquele que sabe pedir desculpa, que pede ajuda e sabe auxiliar quem tem necessidade.

Aquele que aproveita a vida, cada segundo da sua existência, porque sabe viver. Para mim, todas as pessoas especiais  são artistas de verdade.

A Arte é tão vasta! E voltando aos artistas por excelência, aquela gente sensível que se revela e que fala por intermédio do seu trabalho, nem sempre tem a sorte de ser reconhecida. Os olhos dos outros que passam, não captam, nem de longe nem de perto, a mensagem que querem passar. 

Eu vejo que o mundo está virado ao contrário. Há poucos que sabem apreciar as verdadeiras riquezas humanas, a bondade espontânea, o riso, o grito ou o choro tão claramente expresso no talento dos génios, que são todos aqueles que possuem qualidades  inatas. 

O Fascínio por Pessoas


O tempo está incerto. Não falo só das temperaturas, do sol, da chuva ou do vento, que ainda não me deixaram acampar na praia e me provocam o pingo no nariz constante que me faz espirrar. Falo da oscilação da vida, da hesitação, da perplexidade, do fascínio.

Das coisas que mais me seduzem na vida, são as relações humanas, as pessoais. Há pessoas que me deixam perplexas, no bom ou no mau sentido. Então, no meu tempo livre gosto de escrever sobre os mais variados assuntos, pensar na vida e nas pessoas de quem gosto, dedicando algumas linhas a gente que me diz muito. Talvez não tenha palavras para descrever a importância que ocupam no meu destino, seja qual for a idade que tenham, os caminhos que percorrem, as fases que atravessam. A energia que me transmitem é uma das principais causas que me levam a não desistir dos meus propósitos, um dos quais é continuar a dar voz ao que me vai na alma. 

Aqui estou eu mais uma vez para falar do meu encanto por certas pessoas e não para citar desilusões.  Não falo das óbvias. Da minha família - das minhas filhas, do Gonçalo, dos meus irmãos e sobrinhos, dos meus primos, alguns dos quais demonstram os seus interesses através de links que publicam, sobretudo a Ana Rita que tem um blogue, onde absorvo tudo o que descreve. Não falo dos meus amigos, dos de longa data ou dos mais próximos, que de certa maneira,  têm todos um lugar reservado dentro de mim.

Mas dentro de mim há também espaço para os recém chegados, para todos os que me tocam. São eles flores do meu jardim, rosas que cheiram a rosa, cactus que não pedem água, plátano e flores selvagens, hortelã e jasmim. São pérolas em forma de gente, estrelas que me guiam, pessoas que estão atentas e partilham a mesma sensibilidade, que trocam comigo mensagens amáveis, me mandam fotografias de passarinhos, me dão algum do seu tempo, cuidando assim de mim. 

Tudo isso é extraordinário, tudo isso me fascina, tudo isso alegra a minha vida. Deparar-me com essa proximidade voluntária, essa comunhão de interesses, a forma deliberada e generosa com que se interessam por mim, faz-me sentir especial, quando especiais são todos eles para mim.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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BERNARDO

 

 

 

 

 

 
 



Bernardo é um nome bonito. Mas é a persistência do Bernardo que me traz aqui hoje e me faz falar. 
Persistência não tem nada a ver com teimosia, se bem que no dicionário as duas palavras são sinónimos uma da outra. Vejam se conseguem entender o meu raciocínio... Se eu disser: "aquele gajo é teimoso que nem uma porta" tem para mim um sentido pejorativo, ou passo que "aquele gajo é persistente como o caraças" é mais no sentido de enaltecer a pessoa que possui essa característica. 
Pois então, deixem-me que vos diga que preciso, mais uma vez, elogiar o meu sobrinho Bernardo, uma das pessoas mais bonitas à face da terra (por fora, por dentro, por todo o lado) pela sua valentia na luta contra uma doença, a quem se convencionou chamar de "ELA",  ELA que não tem nada de bonito.
Não vou entrar em detalhes para falar sobre a doença em si, querendo apenas explicar que é uma patologia que vai atrofiando os músculos e paralisando as funções do corpo. 
Curiosamente, esta doença dita "rara", foi também diagnosticada a outra pessoa muito querida desta família, um guerreiro que já venceu outra doença e que neste momento vive entre as quatro paredes da sua casa.
Há 5 anos atrás, o Bernardo foi confrontado com esta realidade. Passadas as várias fazes deste processo, incluindo a da incredibilidade e da revolta, o Bernardo aceitou e preparou-se para o combate. 
Mudou radicalmente a alimentação, toma vários remédios e suplementos diários e nunca se esquece de mostrar a sua coragem, fazendo vários exercícios físicos que lhe ocupam metade do dia. 
O Bernardo nunca desiste nem nunca se acomoda. 
Já escreveu um livro, foi convidado para falar em vários programas, tanto na televisão como na rádio, e a sua enorme paixão pela música faz dele disco-jockey no farol  hotel, se não estou em erro, uma ou duas vezes por semana.
O Bernardo vai casar. O Bernardo não desiste. O Bernardo tem uma fé inabalável. O Bernardo acredita que um dia vai poder voltar a correr, fazer surf, jogar à bola. Tudo isto se deve à sua fé, ao seu esforço, à sua dedicação e também ao amor que deposita na forma de viver a vida e no exemplo que nós dá todos os dias.
O Bernardo faz-me ter vergonha de dizer que tenho problemas na vida, porque de facto, feitas as contas, as minhas queixas pouco valem.
O Bernardo é a pessoa mais persistente que conheço, a que mais merece vencer todas as lutas e voltar a ser saudável. 
O Bernardo não é um herói de banda desenhada, de um filme de acção ou dramático, mas um herói de carne e osso, que todos os dias vive para vencer. Que assim seja porque ele merece e porque também eu quero assistir ao seu momento de glória. 

Ouvi dizer que vão casar

 

 

 

 

 

 



Estão preparados para dar o passo?
Não vos quero desanimar, mas digo-vos já que não é fácil.
Não sei o que esperam que aconteça, se depositam esperança no relacionamento, se estão dispostos a ter paciência. Sim é preciso paciência. A vida muda e de que maneira. Não é só com a chegada dos filhos, mas antes disso, há uma série de pequenas coisas que se modificam e que mexem cá dentro, como se nos tivessem a roer as entranhas.

Estão a fim de serem revirados do avesso? Que alguém vos conheça a fundo? Sim porque é preciso estar-se disposto a tudo, inclusive dividir o mesmo espaço, todos os dias, até ao fim das vossas vidas (pelo menos é isso que se promete fazer no dia do casamento,  quando em frente dum monte de gente se jura fidelidade e tudo o que vem por arrasto). Se o fizerem,  espero que seja de plena consciência e coração aberto, sabendo provavelmente que nem tudo será um mar de rosas. Caso contrário, não vale a pena.

Dispostos a tudo… Tudo menos a serem maltratados. Não se deixem levar por excessos, não o consintam nem uma única vez. Falem o que tiverem que falar, tentando não explodir, mesmo quando é o que mais apetece. É preciso medir as palavras, sobretudo na intimidade, tentar explicar os pontos de vista, os porquês e os talvez, as dúvidas de momentos ou atitudes que não se conseguiram encaixar. Não deixem o tempo passar com mágoas que não falam, porque elas não passam se não forem esclarecidas e partilhadas.
 
É preciso aprender. Todos os dias. Porque às vezes há reacções não esperadas, situações não calculadas, os tais imprevistos que não se podem adivinhar. Então há que compreender ou deixar passar. Nunca abusar da confiança para atirar com a raiva, usar palavras que ferem e nunca serão esquecidas. A vingança será terrível e não é nada disso que uma relação precisa.
 

É fundamental saber dar espaço dentro do mesmo espaço, confiar nas saídas que não são em conjunto, porque às vezes sabe bem espairecer, beber um copo ou dois com amigos, sem que o outro tenha que estar presente. Desde que haja confiança, tudo se permite. Tudo menos os abusos. Não fazer das saídas só com amigos uma prática corrente, deixando o outro pendurado em casa. 
 

Há-de haver amuos, chatices e casmurrices que devem ser ultrapassados. Com amor e uma grande dose de boa vontade, nada é impossível. Então não desistam à primeira contrariedade. Solidifiquem os laços e tudo o que têm em comum. E o que não for, que não se transforme num campo de batalha, mas que as diferenças sejam também motivo de interesse e esperança renovada.

Idades ingratas

 

 

 

 

 

 





E pimbas, hoje tive a bendita ousadia de vestir uns jeans… pretos, claro. Já que a Carlota se passeia no Havai e levou o meu único biquíni decente, eu vinguei-me nas calças que ela cá deixou, vestindo-as assim mesmo justinhas a este corpinho que Deus me deu, e até que gostei me ver. Não levem a mal este meu auto-elogio à descarada, mas sabe bem dizer o que gostávamos que os outros nos dissessem. Há anos que não punha uns jeans! Odeio roupa apertada e desconfortável, optando sempre por calças de elástico na cintura, sem história nenhuma, de tecido leve que não se amarrota. Malta, assim que experimentarem não vão querer outra coisa em cima da vossa carcaça, que começa a dar sinais de velhice (não é precoce mas é a chamada meia idade, um nome que se aplica a quem já está mais para lá do que para cá). Voltando à roupa, falava das calças de elástico na cintura,  que assentam que nem uma luva para além de não darem trabalho - fica-se sempre com um ar bastante apresentável.

Entrei naquela idade que não sei bem o que é ridículo ou não vestir. Parece que regressei aos meus 12 anos em que tinha o mesmo problema. Deixa-se de ser criança e nada assenta nem se adapta ao corpo daquela fase. É uma idade ingrata que se farta, em que, salvo raras excepções, não nos sentimos bem connosco próprias nem com ninguém à nossa volta. É tudo um bicho de sete cabeças, incluindo as feições que mudam, a pele que passa a ser uma desgraça mais o malvado "período, uma ave rara que Deus entregou às mulheres, sabendo que só elas é que podiam aguentar. Aos 12 anos (ou mesmo antes, o que foi o meu caso),  para além das malditas borbulhas e pele oleosa, surgem pêlos por todo o lado, incluindo bigode e os do sovaco (já para não falar dos púbicos).  Crescem as pernas mas também o nariz, as maminhas e outras coisas ainda, deixando-nos completamente desproporcionadas, infelizes e horrorosas. Pois bem, a "meia idade" é igual aos doze anos só que com mais uns tantos em cima. As feições e o corpo também mudam, o corpo todo ele se transforma, os dentes saiem-nos da boca ou ficam escondidos dentro da mesma, voltam a nascer uns pêlos estranhíssimos dado às hormonas que se vão e outras que se instalam. Raios as partam!  A grande diferença entre os 12 e os 50 é que aos 12, ainda temos a vida inteira pela frente. Aos 50, já se viveu o suficiente para saber que é preciso aproveitar o tempo que ainda nos resta. 

Digamos que as coisas estão bem feitas assim. Nós é que nem sempre as aceitamos e, aqui entre nós que ninguém nos ouve, é totalmente normal. Nenhuma mulher que se preze gosta de ter bigode e pêlos nas pernas e também não aprecia as rugas e os cabelos brancos. Para ser franca, ele há dias. Dias em que não me importo nada com isso, outros em que - olhando para fotografias - começo a pôr defeitos da raiz dos cabelos até à ponta dos pés. 

Na verdade minhas caras, é preciso aceitar a obra de Deus. O processo de envelhecimento é assim mesmo, tal e qual. E podemos na mesma sentirmo-nos bonitas e saudáveis, a partir do momento em que se abraça a vida como é e o que ela nos traz. 

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The show must go on

 

 

 




Não há descrição que explique o meu estado de euforia de ontem, enquanto assistia inteira, de corpo (entranhas incluídas, cabeça nas nuvens, olhos brilhantes e focados) e alma (que  flutuava por cima do público) ao concerto dos Queen! Estava na expectativa e não de pé atrás por não ser o Freddie a cantar (nunca haverá outro Freddie nem ninguém que lhe chegue aos calcanhares) mas para ver como se portava o menino bonito que um dia ficou em segundo lugar num dos "American Idol". Quanto a mim, portou-se bem e não me desiludiu a voz que agora vai em tournée tentar seduzir o público, uma voz bonita mas nada comparável à de Freddie Mercury, que dizia e muito bem: "THE SHOW MUST GO ON".  Cantei como se não houvesse amanhã todas as músicas, saltei até me doerem as pernas, os braços e as costas, no mega espectáculo do Rock in Rio, quanto a mim o único que valeu a pena assistir e que, por nada do mundo podia perder - Grande banda esta, grande som, grandes músicas, GANDA PINTA!!!  
Hoje, back to reality, aqui estou eu nostálgica, constipada também, com pingo no nariz e a vontade de espirrar que nem sempre sai, mais a sensação que carrego o mundo nas costas. Passada a euforia, vem a ressaca, saudades de momentos que apenas residem na memória e que jamais se repetirão.You can never go back, so you must carry on.

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Passei o dia com alguns dos meus irmãos, um prazer óbvio. A diferença reside na verdade nua a crua de grilos e distúrbios, quebra-cabeças e apertos, problemas para para resolver, outros que não têm solução, outros ainda que são uma saga sem fim. É muito engraçado ter muitos irmãos mas o facto de serem tantos faz com que não haja sossego. Os problemas são vários, problemas maioritariamente de ordem emocional, que é difícil saber gerir ou lidar com eles, sobretudo depois duma noite de grande emoção. 

O que faz o "plim"

 

 

 

 

 

 

 





Não gosto quando me ignoram. Um simples "plim" faz-me largar tudo, ir a correr, abrir o Ipad ou o computador, não vá ser uma mensagem de alguém importante que me quer falar. No topo da lista do meu interesse estão as minhas filhas, para não variar. Isto delas estarem longe, faz-me querer saber muito mais do que elas me dizem, quando me dizem, seja lá o que for. 

Eu sei. Elas estão naquela idade da descoberta do mundo por onde passam, um prazer que lhes incutimos desde sempre, porque sempre as incluímos em todas as viagens. Nunca nos passou pela cabeça, jamais em tempo algum, ir gozar uma férias sem as levarmos. Qualquer que fosse o destino, elas faziam parte do plano como continuam a fazer. São elas o nosso futuro, aquele que fomos construindo com a maior dedicação possível e que agora nos escapa das mãos. 

Eu sei. Isso é normal. Não peço nada que não seja possível fazer, não peço que larguem tudo por minha causa, muito menos que deixem de lado a concretização de sonhos. A única coisa que peço é que não me ignorem. Vá lá, 5 minutos por dia, que sejam 2 minutos por dia, para indagarem se estou viva ou melhor dizendo, para divulgarem que estão bem. Não peço que me contem em pormenor o dia a dia mas, em contra-partida, adorava saber as sensações que experimentam, o que sentem ou o que as fascinou. Tenho até vontade de lhes perguntar se se têm lembrado daqueles que tanto precisam de uma breve oração, ou pelo menos se não se esquecem de agradecer por mais um dia que passou. Gostava de saber se o que imagino se aproxima daquilo que se passa, já que as notícias são bastante vagas, o interesse em contar é pouco e o que temos para dizer não as seduz. Qualquer problema que surja, a distância encurta-se para que os pais encontrem a melhor solução, a qualquer hora do dia ou da noite, estejamos nós onde estivermos, largando tudo o que for. 

Não gosto quando me ignoram...  ai é assim?

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