É duro ser mãe mas é a melhor coisa do mundo
É duro ser mãe. Mas muito mais duro ainda seria não o ter sido. Não ter tido a maravilhosa experiência de carregar dentro de mim as minhas filhas que pus no mundo, de as ter sentido crescer, de me deparar com um pé ou um braço tão claramente visíveis na minha barriga, que ficava assim deliciosamente deformada quando elas manifestavam a sua presença. Durante todo esse período foi ali que viveram, que respiraram, que batiam aqueles corações de ritmo acelerado, que eu protegi com orgulho e um amor que não se explica.
É duro ser mãe. Mas muito mais duro ainda seria não o ter sido. Não imagino a minha vida sem tudo o que me deram, esse tão grande privilégio da maternidade, um direito impossível de ser rejeitado. Fui assim tocada pela graça divina, o dom da criação, uma sensação tão intensa de afecto e sensibilidade acrescida. Tudo muda. Ser mãe fez de mim uma mulher muito mais altruísta, muito mais consciente, muito mais corajosa, muito mais disponível e compreensiva.
É duro ser mãe. Mas muito mais duro ainda seria não o ter sido. Passei a conhecer todas as profissões e todas as artes que existem à face da terra, aquelas que exigem disponibilidade absoluta, perspicácia, eficiência e novos sentidos de conhecimento profundo, além de generosidade e o instinto de protecção espontâneos e sem limites. Todas as prioridades mudam, toda a vida se altera, com períodos e fases de choque, de contestação, de vontade de desopilar batendo com a porta, só para querer de novo regressar à melhor missão que existe no mundo.