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Digo eu

Digo eu

Respeito a laços de ternura

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Há perigos que espreitam e que não respeitam a nossa privacidade. São eles que arrefecem, roubam e destroem as relações de afectividade, sem sentimento de culpa, sem remorsos, mas apenas pelo prazer de dar à língua, fazer fofoca e brincar com a intimidade. 
Nunca consegui entender o propósito do pouco cuidado nas palavras que se propagam, sem qualquer benefício mas por pura maldade.
Qual é a finalidade? Ver os outros sofrer? Causar danos irreparáveis? A impertinência nos comentários não favorece ninguém, nem mesmo as amizades. Vá-se lá saber porque se dá importância à pressa de contar coisas que se interpretam de forma escusada, só porque os olhos veem apontamentos sem importância alguma, mas que a imaginação pouco saudável, neste caso, arranja forma de os transformar em histórias que nada têm a ver com a realidade. Não há nada de amável nos relatos de episódios que não se conhecem, de imagens que se adulteram e se preferem olhar com uma tonalidade deturpada, completamente fora do contexto, numa linha paralela à verdade dos factos. Escolhe-se lesar intencionalmente, ainda que se diga que é por pura fraternidade, pela estima ou pelo afecto. Quem diz que estima,  deveria medir as palavras que vai usar.  Às vezes dizem-se coisas sem pensar, o que só é desculpável em pleno bate-boca, num momento em que se perde a cabeça. Quanto tudo é premeditado, o caso muda de figura e não há argumento nenhum que salve quem provoca mal entendidos entre pessoas próximas que se deixam influenciar, quer por atravessarem fases dificéis, quer por se convencerem que é impossível não darem ouvidos a tantas conversas coincidentes com uma verdade deturpada. 
Que os laços de ternura não se deixem influenciar pelo descuido de quem inventa e nada sabe.