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Digo eu

Digo eu

Um dia para mim

 

 

 

 

Hoje tirei uma folga. Dá para acreditar?
Pois bem, resolvi reservar um tempo só para mim, um tempo para ser mulher e fazer o que as mulheres gostam. Cuidar da imagem.
Não dou muita importância a essas necessidades de mulher… Perder horas a escolher roupa, passear pelas lojas, ir ao cabeleireiro, pintar as unhas e fazer brushing, comprar bons cremes, fazer dietas ou exercitar o corpo na ginástica. Aliás, confesso que hoje em dia, toda eu sou preguiça  no que toca a arranjar-me mais do que o indispensável.  Duche, creme para o corpo e cara, desodorizante, água de colónia e pasta de dentes, como é óbvio. Digamos que sou obcecada pela higiene oral o que não evita ter uns dentes de merda. 
Estão enumerados os elementos essenciais  da minha toilette diária, que demora aproximadamente 10 minutos, isto quando inclui secar o cabelo às três pancadas. 
Hoje deu-me para ser diferente, ainda que não tenha deixado de lado as funções de dona de casa.  O chão ficou tão limpo que dava para lamber - Aliás é o que os meus cães fazem assim que entram em casa, deixando por todo o lado aquela gosma nojenta e pegajosa. Mas isso é outra história.
Sai de casa rumo à baixa de Cascais e deixei o carro no parque da estação - By the way, I'm in love with my car! Um citroen pluriel de 2003 cor de laranja que pode virar descapotável. A minha outra bomba continua na oficina, não sei por mais quanto tempo, nem quando me vai custar. Essa é mais outra história. 
Só de saber que ia fazer uma limpeza de pele, já andava pela rua toda orgulhosa com o meu tótó no alto na cabeça, calças confortáveis, all stars nos pés que mais pareciam ter asas. Saí de lá uma semi brasa, pensando que faltava uma hidratação ao cabelo para ficar uma brasa total. 
No intervalo entre as duas extravagâncias de hoje, sentei-me numa esplanada à beira mar, onde comi uma sanduíche deliciosa de atum acompanhada duma imperial, coisa rara. Um episódio tão simples fez-me sentir uma espevitada!
Ao abandonar o cabeleireiro, o meu cabelo esvoaçava como nos anúncios de champôs transcendentes e cabeleiras fartas, parecendo eu uma dama que sabia dar cartas. 
Toda eu saltitava,  apreciando a minha figura nos vidros das montras das lojas e achei seguramente, que deveria  repetir esta graça. 
O que para outras mulheres é regra, sem nada que valha a pena contar, nada  de relevante a acrescentar, o dia de hoje foi para mim um luxo, ao qual não me posso habituar.