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Digo eu

Digo eu

O meu espaço

 

 


Impõe-se dar uma volta no meu atelier, mas por enquanto estou só a pensar. Pensar, digo bem. Dai até fazer, vai um daqueles passos maiores do que o universo inteiro, universo esse bastante anárquico, espaço que guarda todos os materiais necessários daquilo que vou criando. 
O quarto é pequeno mas tem um valor incalculável. Retratos de família cobrem as paredes, postais pendurados por todo o lado, outros visíveis nas prateleiras, também elas a transbordar de materiais e objectos que conservo para mais tarde recordar.

Saltam à vista os lápis, as tintas, os papéis, os pincéis, os rolos para pintar, as colas e vernizes, cartolinas, revistas, blocos dos mais diversos géneros, dossiers com desenhos das minhas filhas, livros de pintura, placas de madeira, vasos decorados, molduras, caixas de madeira e cartão, cestos que servem de armazém para todo o tipo de peças, desde de pilhas a velas, copos, anjos, passarinhos, flores em tecido, entre outros pequenos tesouros que, de vez em quando, vou buscar. 
Dentro dos armários e gavetas encontram-se ferramentas, fitas, rolos de arame, esponjas, carimbos, uma série de tecidos, botões, pregos e tachas, letras em madeira e restos de papéis e cartolinas que guardo para aplicar.

Este é o meu espaço e só eu sei o peso que tem e quanto vale.  Um sitio só meu onde crio, reciclo e aproveito objectos e peças de valor sentimental. É de lá que saem todo o tipo de trabalhos que proveem da minha imaginação, um sítio onde ponho à prova as minhas capacidades, onde testo as minhas aptidões e onde realizo os meus projectos. 

Nunca desisto até conseguir o que quero, mesmo quando me vejo entre a espada e a parede, indecisa ou decepcionada, encalhada no meio duma dificuldade que preciso de resolver. Se é a cor, ajusto-a, se é o traço, refaço-o, se são os papéis, adapto-os, para que o resultado final seja o mais aproximado possível da ideia fixa na minha cabeça.
Ali estou concentrada. Focada no objectivo, rodeada de mil e uma maravilhas, tesouros inestimáveis que para outros não valem nada. Ali, na barafunda da minha toca, faço o que gosto, sempre que posso e quando quero. Quando cansada, viro as costas sem precisar de arrumar nada. É essa a grande vantagem de ter um espaço só meu.

 

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