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Digo eu

Digo eu

Ouvi dizer que vão casar

 

 

 

 

 

 



Estão preparados para dar o passo?
Não vos quero desanimar, mas digo-vos já que não é fácil.
Não sei o que esperam que aconteça, se depositam esperança no relacionamento, se estão dispostos a ter paciência. Sim é preciso paciência. A vida muda e de que maneira. Não é só com a chegada dos filhos, mas antes disso, há uma série de pequenas coisas que se modificam e que mexem cá dentro, como se nos tivessem a roer as entranhas.

Estão a fim de serem revirados do avesso? Que alguém vos conheça a fundo? Sim porque é preciso estar-se disposto a tudo, inclusive dividir o mesmo espaço, todos os dias, até ao fim das vossas vidas (pelo menos é isso que se promete fazer no dia do casamento,  quando em frente dum monte de gente se jura fidelidade e tudo o que vem por arrasto). Se o fizerem,  espero que seja de plena consciência e coração aberto, sabendo provavelmente que nem tudo será um mar de rosas. Caso contrário, não vale a pena.

Dispostos a tudo… Tudo menos a serem maltratados. Não se deixem levar por excessos, não o consintam nem uma única vez. Falem o que tiverem que falar, tentando não explodir, mesmo quando é o que mais apetece. É preciso medir as palavras, sobretudo na intimidade, tentar explicar os pontos de vista, os porquês e os talvez, as dúvidas de momentos ou atitudes que não se conseguiram encaixar. Não deixem o tempo passar com mágoas que não falam, porque elas não passam se não forem esclarecidas e partilhadas.
 
É preciso aprender. Todos os dias. Porque às vezes há reacções não esperadas, situações não calculadas, os tais imprevistos que não se podem adivinhar. Então há que compreender ou deixar passar. Nunca abusar da confiança para atirar com a raiva, usar palavras que ferem e nunca serão esquecidas. A vingança será terrível e não é nada disso que uma relação precisa.
 

É fundamental saber dar espaço dentro do mesmo espaço, confiar nas saídas que não são em conjunto, porque às vezes sabe bem espairecer, beber um copo ou dois com amigos, sem que o outro tenha que estar presente. Desde que haja confiança, tudo se permite. Tudo menos os abusos. Não fazer das saídas só com amigos uma prática corrente, deixando o outro pendurado em casa. 
 

Há-de haver amuos, chatices e casmurrices que devem ser ultrapassados. Com amor e uma grande dose de boa vontade, nada é impossível. Então não desistam à primeira contrariedade. Solidifiquem os laços e tudo o que têm em comum. E o que não for, que não se transforme num campo de batalha, mas que as diferenças sejam também motivo de interesse e esperança renovada.