É preciso falar
Conversas com as minhas sobrinhas… Manter-me próxima é uma das minhas prioridades.
Não posso deixar de reparar. É de tal maneira elucidativo de como se comporta a sociedade em geral, que mesmo que eu quisesse, seria impossível não notar. A desculpa é sempre a mesma… Somos bombardeados por notícias todos os dias, a cada segundo uma nova tragédia. Então seguimos viagem como se nada nos tocasse. É mais uma no meio de tantas outras, pois então que se f---!
Adoro falar com as minhas sobrinhas. Muitas delas. Desta vez foi com a Ana (mais conhecida na família por Nicole), que já esteve num campo de refugiados e que todos os dias partilha notícias que dizem respeito a esse assunto.
Dizia-lhe eu: "Tu já viste bem que ninguém lê o que partilhas? Fico escandalizada"!
ela: "Tia, infelizmente as pessoas só se preocupam com estupidezes. As pessoas só querem saber das suas vidinhas e não se importam com o que se passa no mundo".
eu: "Oh filha, as pessoas não querem saber da própria família, quanto mais do resto"!
E continuámos assim a conversa, tendo-lhe eu dito para ela não desistir de partilhar as notícias, quanto mais não fosse por mim, que as leio sempre.
Incomoda-me que os outros não se incomodem e não me considero nenhuma Madre Teresa de Calcutá. Apenas me aflige o sofrimento dos outros e o facto das pessoas se esquecerem tão depressa das tragédias, das misérias e das grandes injustiças que há neste mundo. Dá que pensar. Há que pensar. Como não pensar? Seria para mim absurdo.
ela: "Tia, infelizmente as pessoas só se preocupam com estupidezes. As pessoas só querem saber das suas vidinhas e não se importam com o que se passa no mundo".
eu: "Oh filha, as pessoas não querem saber da própria família, quanto mais do resto"!
E continuámos assim a conversa, tendo-lhe eu dito para ela não desistir de partilhar as notícias, quanto mais não fosse por mim, que as leio sempre.
Incomoda-me que os outros não se incomodem e não me considero nenhuma Madre Teresa de Calcutá. Apenas me aflige o sofrimento dos outros e o facto das pessoas se esquecerem tão depressa das tragédias, das misérias e das grandes injustiças que há neste mundo. Dá que pensar. Há que pensar. Como não pensar? Seria para mim absurdo.