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Digo eu

Digo eu

É preciso falar

 

 

 

 

Conversas com as minhas sobrinhas… Manter-me próxima é uma das minhas prioridades.

 




Não posso deixar de reparar. É de tal maneira elucidativo de como se comporta a sociedade em geral, que mesmo que eu quisesse, seria impossível não notar. A desculpa é sempre a mesma… Somos bombardeados por notícias todos os dias, a cada segundo uma nova tragédia. Então seguimos viagem como se nada nos tocasse. É mais uma no meio de tantas outras, pois então que se f---!
Adoro falar com as minhas sobrinhas. Muitas delas. Desta vez foi com a Ana (mais conhecida na família por Nicole), que já esteve num campo de refugiados e que todos os dias partilha notícias que dizem respeito a esse assunto.
Dizia-lhe eu: "Tu já viste bem que ninguém lê o que partilhas? Fico escandalizada"!
ela: "Tia, infelizmente as pessoas só se preocupam com estupidezes. As  pessoas só querem saber das suas vidinhas e não se importam com o que se passa no mundo".
eu: "Oh filha, as pessoas não querem saber da própria família, quanto mais do resto"! 
E continuámos assim a conversa, tendo-lhe eu dito para ela não desistir de partilhar as notícias, quanto mais não fosse por mim, que as leio sempre.
Incomoda-me que os outros não se incomodem e não me considero nenhuma Madre Teresa de Calcutá. Apenas me aflige o sofrimento dos outros e o facto das pessoas se esquecerem tão depressa das tragédias, das misérias e das grandes injustiças que há neste mundo. Dá que pensar. Há que pensar. Como não pensar? Seria para mim absurdo. 

O que me espera este Verão?

 

 

 


Depois de ter acordado, tomado café e fumado o meu cigarro, depois de ter andado a cirandar pela casa enquanto acabava de pintar mais uma "black is beautiful" e postado no instagram, depois de ter enchido de água a taça dos cães, depois de ter limpo tudo o que havia para limpar, casas de banho inclusive, feito a cama e aspirado o quarto, depois de ter o banho tomado, sentei-me finalmente na mesa da cozinha para acabar com um resto de frango com 3 dias de frigorífico. Estava uma delícia por sinal. 
Pensei vezes sem conta na tarde agradável de ontem, nos 15 miúdos que formam a banda "They Must Be Crazy" que fui ouvir tocar no jardim à beira do Tejo em Belém (Meo Out Jazz), nas melodias excelentes cheias de ritmo, na gente que dançava, nas pessoas com quem fui, nas que encontrei por acaso e finalmente no regresso a casa com uma breve passagem pelo supermercado, tendo sido avisada que era a última chance de contribuir para o Banco Alimentar. 
Faço o que tenho que fazer, o que me dá prazer, para enfim não ter que pensar no que gostava de fazer e que não posso, nas saudades que tenho das minhas filhas, na dimensão dos problemas que precisam de solução, no processo doloroso das doenças e das consequências a nível físico e emocional e como vai ser este verão. Quem fará parte do meu verão? Haverá alguma resistência, algum senão? São múltiplos e chatos. Alguns complicados, todos me preocupam e entristecem. 
Anseio pela vinda da Joana em Julho, pela da Carlota em Agosto. Breves momentos que tenho que aproveitar, antes de as ver partir de novo. 
Gostava de poder voltar a viajar em família ainda este ano. Como será este verão? Espero que não seja assim tão solitário. Que venham boas notícias, bom sol e boa praia. 

 

 

 

 

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