O dia não, não é necessariamente um dia de merda mas é um dia confuso dentro da minha cabeça. Fico talvez insegura. Não é por ter programas ou não ter, por ter companhia ou por não ter. É um estado de espírito só.
E mesmo assim eu vou rindo, dando umas boas gargalhadas e até sou conhecida por isso. Por rir de mim própria, dos disparates que me saem pela boca fora, deixando a confusão sair para ser capaz de respirar. Às vezes ajuda. Outras, a confusão volta só para me dar falta de ar.
Parece que as vontades se trocam. Eu que gosto tanto de praia, nem me apetece lá pôr os pés ou sequer pensar nela. Em compensação, dá-me umas ganas de avançar para o cabeleireiro, onde só vou quando estou no limite da indecência, para me sentar numa cadeira e até rapar o cabelo se for preciso. É uma urgência estranha de mudar radicalmente de visual, mesmo que depois me arrependa.
Enquanto que nos dias sim a minha casa me abraça, nos dias não ela também me sufoca. Saio então para a rua sem saber onde vou.