Entre os sonhos e a felicidade
Se me dessem a escolher entre os sonhos e a felicidade, eu ficaria entre a espada e a parede sem saber o que fazer. Não tenho nenhuma resposta que faça assim muito sentido, mas antes uma série de questões que ficam no ar.
Na vida prática, pergunto-me muitas vezes o que é isso de ser feliz.
É alguém que se conforma e se cala ou é aquele que contesta, que enfrenta e vai à luta? É alguém que observa e que segue o caminho que lhe parece mais sensato, ou aquele que procura a mudança constante e quer experimentar de tudo?
Será alguém que se adapta às circunstâncias ou aquele que procura outras soluções? É alguém que se contenta da vida que leva ou o outro que acredita que pode crescer? É o curioso por excelência ou o discreto por comodismo? Será alguém que só faz o que quer ou aquele que faz a vontade aos outros? Depende de quê a felicidade? Da nossa maneira de ser ou da nossa maneira de estar? Será apenas inteiramente da nossa responsabilidade ou do que os outros nos fazem?
Talvez não seja nada disso ou talvez seja isso tudo. Talvez seja um pouco disto e daquilo, talvez dependa dos dias, do tempo ou de coisas que nem sabemos o que são. Talvez haja razão ou razão alguma mas julgo não haver nenhuma receita infalível nem duas pessoas iguais. Ninguém pode ser inteiramente feliz ou infeliz durante uma vida inteira, quer tenha a cabeça na lua e passe a vida a sonhar, quer seja objectivo e ande sempre com os pés bem assentes na terra. Ao fim e ao cabo, penso que será mais feliz aquele que nem tem que pensar o que é a felicidade assim como aquele que sonha quando tem vontade. Escolher entre uma coisa e a outra, parece-me absurdo.