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Digo eu

Digo eu

Fazes figura de parvo

 

 

É absolutamente divinal a transformação que se dá quando alguém está apaixonado. Tem-se vontade de rir por tudo e por nada e o mais pequeno toque dá-nos aquela sensação de andar numa montanha russa (para aqueles que gostam de montanhas russas), de ir até à lua ou se andar sobre as nuvens a flutuar. Na verdade fica-se assim um bocado parvo. Faz-se tudo o que dantes era um frete, como por exemplo ir buscar, ir levar, andar até ao fim do mundo como se fosse aqui tão perto. 

É. A distância encurta-se quando se está apaixonado. Os fretes passam a ser regalias, ou até mesmo um prazer que eu sei lá. Fazem-se figuras ridículas, daquelas que dantes eram impensáveis, como por exemplo andar de mãos dadas, beijar perdidamente a pessoa amada durante horas a fio, deixando quem olha completamente repugnado, não resistindo mandar bocas em alto e bom som,  tipo: Olha-me aqueles, mas que escândalo! Épa é assim: vão fazer marmelada para outro lado que a malta aqui tem nojo e não gramamos “dessa merda”. Mas que badalhocos!  

Pois é, é mesmo assim. Passa-se a ser badalhoco, sem vergonha, escandaloso para todos os que olham de fora. Só até lhes acontecer a eles. Ai o caso muda de figura, entrando assim naquela zona do: espera ai, não te vás já embora. Só mais um beijinho, só mais um amasso, vamos bazar para o carro! E lá vão eles não sei para onde, fazer figuras de parvos. Mas quem diz  que não é bom? Só quem nunca experimentou.