Fim de tarde
A caminho de casa ontem ao fim da tarde, o céu estava incrivelmente bonito. É nessas alturas em que eu tenho a certeza que Deus existe. Não há nenhum homem que consiga igualar aquela beleza, que seja capaz de reproduzir algum fenómeno tão extraordinário quanto aquele que ontem vi. É também nestas alturas em que as palavras, por mais expressivas que sejam, não descrevem com justiça tudo aquilo que ali estava por cima de mim. Para já o silêncio. Depois as nuvens, em traços amontoados leves como uma brisa em tons de selva, findavam onde começava a cor da distância. Soube o que era o infinito e pude contempla-lo, imaginando o que estava para lá daquele quadro. O sol e, sem sombra de dúvida, um gigantesco olho azul.