Deixem-se de merdas
Falam de mim como se me conhecessem, aqueles que nem sequer a eles se conhecem. É preciso ter lata! Mas aqui entre nós, estou-me a borrifar se me rotulam ou se deixam de me rotular e nem sequer tenho a mínima paciência para essa chachada. Gosto de me reinventar... Às vezes sou hippie, outras cigana, outras extravagante, outras igual ao mais comum dos mortais, sem necessidade nenhuma de me fazer notar. Então, qual é o mal?
Ando com os pés na terra, ás vezes a cabeça no ar e tenho tanto de romântica como de prática.
Adivinho o que se vai passar antes de acontecer, surpreendendo até aqueles que me conhecem. Vou e volto enquanto os outros ficam pasmados, viajando no tempo sem culpa ou medo de pensar, questionando-me tantas vezes que nem dá para acreditar.
Não tenho resposta para tudo nem faço questão de ter. Há coisas em que acredito e que não se explicam, outras em que não acredito, por mais explicações cientificas ou filosóficas que me possam dar.
Tenho saudades de tempos que não vivi e de pessoas que não conheci, e talvez isso faça parte da minha excentricidade. Sinto essas coisas no ar, sem saber bem porque as sinto, como quando me vêm bater à porta assim do nada e que eu até já sabia que a campainha ia tocar.
Não acredito em vidas passadas, naquela história de já poder ter sido cão ou gato, ou coisa que o valha.
Não faço parte de nenhuma tribo, ou talvez faça. Sei que não sou nerd, nem gótica, nem surfista, nem skinhead, nem queque, nem nada que tenha a ver com um grupo específico de gente que vive em bando, facilmente identificável pela forma de vestir e de se comportar. Já passei essa fase.
Visto o que me apetece, mesmo que me digam que é uma trapalhice e que riscas não vão nada bem com flores, bolas ou quadrados. Eu quero é estar confortável!
Amor e uma cabana é bom demais para acreditar assim como viver do ar. Esperar sentada que as coisas aconteçam por milagre, não é bem a minha praia.
Estou convencida que cada um pode ser aquilo que entender, desde que haja respeito e a vontade de viver em paz.