Quimera
Não precisava de saber exactamente onde iria, desde que fossem elas a levar-me. Qualquer lugar no mundo podia ser um oásis feito a partir da nossa união e cumplicidade. Lutaríamos lado a lado contra qualquer adversidade, arranjaríamos maneira de nos completarmos, dando tudo para que cada uma sentisse que era ali que devíamos estar. Se alguma de nós por alguma razão vacilasse, as outras estariam prontas para ajudar a superar as dúvidas, o medo, as saudades. Tentaríamos aproveitar a ocasião para conversar, relembrar momentos inesquecíveis e planear cuidadosamente uma ida ao planeta Marte. Era lá que plantaríamos uma horta, regada pelo orvalho que se se formaria no nosso telhado, caindo pingo a pingo em cima da nossa terra inventada, donde nos alimentávamos. Juntas contaríamos as estrelas e tocaríamos um solidó com instrumentos imaginados. Lembraríamos a terra, o nosso planeta azul, onde regressaríamos um dia, depois duma bela aventura no espaço. Voltaríamos para ser mais felizes ainda, onde o tempo não tinha passado. Esta é a história duma quimera que sonhei acordada, se o apocalipse chegasse.