A vida é um risco
São tantos os meus botões que parecem soldados, ora em fila, ora em quadrado. Uns rezam ajoelhados, outros mais prevenidos preparam as armas. Uns têm garras e seguem a pé, percorrem o caminho de lés a lés, conhecendo de cor e salteado os cantos à casa. Os que vão a cavalo não são mais valentes do que os outros mas acham-se mais poderosos, nem sei eu bem porquê.
Por enquanto estão todos vivos e todos eles se arriscam duma maneira ou de outra. Arriscam-se a perder ou a ganhar pela maneira de andar, ajoelhados ou prevenidos, a pé ou a cavalo, explorando novos itinerários.
Os que estão quietos, agarrados às casas sentem-se presos e frustrados. É o medo, é o medo do desconhecido, do nunca antes experimentado, vivendo assim enterrados no entulho do embaraço. Correm esses o risco de se sentirem limitados pela incapacidade de pular fora de casa.
A vida é um risco que é preciso correr ou corremos o risco de não saber viver.