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Digo eu

Digo eu

Virar a página

 

 

 

Hoje é véspera de feriado. 

Certamente há muita gente a jantar fora, enquanto outros se ausentaram para passar o fim de semana longe de casa. 

O trabalho que dá fazer as malas e percorrer alguns quilómetros talvez compense. Sair do trilho que tão bem se conhece, acciona alguns sentidos, permitindo que se oiça até os vasos sanguíneos. 

Um novo horizonte abre-se diante dos olhos para se viver uma história diferente da habitual. O mundo parece mais leve e a disposição abraça qualquer novidade. 

A mudança de ares é fantástica. Quebrar os hábitos é saudável. Mas quando se vive um relacionamento, é imperativo não esquecer que existe uma realidade chamada vida e para a qual é preciso voltar. 

Já a mudança interior é bem mais penosa. Ser senhor do destino, arriscar tomar outras decisões em busca duma possível paz interior, requer uma força superior às próprias forças. Custa virar a página e desenhar um novo futuro, deixando para trás algumas práticas de transtorno e melancolia.

Bom dia, vou à caça!

 

 

 

 

Bom dia, vou à caça!

De sonhos, 

cantos, 

estrelas 

e gargalhadas. 

Quero coleccionar encantos do universo que não se guardam numa caixa fechada.

Tenciono senti-los cá dentro, respira-los bem fundo e deixa-los voar como o vento que leva no seu regaço sementes que brotam no mundo. 

Sementes de amizade com raízes estáveis.

Ideais de amor e de verdade.

Asas para voar sobre horizontes, onde a imaginação não acaba.

Das raízes nascem laços, 

dos laços a ternura, 

da ternura a lembrança da saudade.

No conforto dos abraços gera-se intimidade, onde nada se finge ou se esconde. 

As cartas em cima da mesa revelam mistérios, 

segredos, 

afecto, 

e a mais sincera vontade na troca de gostos e beijos,

por prazer,

por amor

e amizade.

A ternura traz o canto, 

as estrelas,

os sonhos,

e as gargalhadas. 

Vou caçar essas palavras e cultivar o seu significado. 

Para que cresça em mim...

Para que eu o transforme...

Nos melhores gestos de agrado, 

podendo então partilha-los 

com quem merece e me é chegado.

 

 

 

 

Se eu fosse bailarina

 

 

 

Se eu fosse bailarina...  

Andaria na ponta dos pés sem que o corpo me pesasse, deslizando ao som da música com graciosidade. 

 

Se eu fosse bailarina...

Balançaria com ritmo coordenando os movimentos , 

levitando no palco com graça e suavidade.

 

Se eu fosse bailarina...

Deixaria-me rodopiar, fazendo dos meus membros o veículo para planar, rumo ao infinito onde ninguém consegue chegar.  

 

Se eu fosse bailarina...

Saltaria até voar, deixando sair pelos poros todos os males, 

sentindo no bater das asas esse prazer colossal.

 

O palco seria o meu lar.

Dançaria até que o meu corpo se transformasse num raio que rasga o céu ate ao mar...

Levaria comigo o desespero, a miséria, o pranto e o cansaço, exibindo o meu desejo em ser transcendental.

Desafiaria todas as leis e qualquer regra, virando as costas ao que dizem ser normal. 

 

Se eu fosse bailarina...

Seria o canto que nunca fui, a expressão que nunca tive e o amor que não soube alimentar.

Ninguém viu em mim esse desejo...

E eu não pude mostrar a capacidade, 

ficando o sonho reprimido nas lágrimas que caíram com tão grande intensidade.

Me and the boys

 

me and the boys.jpg

 

 

 

Há gente que não compreende essa cumplicidade que existe entre nós. Para quem está de fora e não conhece esse tipo de afectividade, também não pode sentir o que nós sempre sentimos e nem precisamos de clarificar. É um amor diferente de todos os outros. Ele existe para quem sempre teve códigos secretos entre olhares, somente trocados entre quem nunca denunciou asneiras e desgostos comuns.  Ele existe duma forma inocente, para quem teve os mesmos pais, partilhou o mesmo quarto e se sentou à mesma mesa. 

Foi uma vida inteira conhecendo os mesmos traumas, as mesmas dores disfarçadas, as mesmas revoltas, a mesma alegria infantil e a mesma preguiça motivada. Mesmo à distância, as mãos continuam entrelaçadas e no silêncio o entendimento é real.

Sabemos que somos compreendidos e amparados, podendo ver a beleza da vida, do mundo e das pessoas. E de uma forma que se manifesta em pequenos gestos espontâneos, pacifica e satisfaz. 

Não há nada mais conciliador do que todas essas lembranças que dividimos desde sempre. 

Tudo de nós está lá nas memórias de joelhos esfolados, cigarros compartilhados, pijamas a cheirar a lavado e a voz da mãe para explicar a vida e validar o amor.

 

onde nos levam as zangas

 

 

 

Se vires bem, não existe nenhuma razão concreta para nos zangarmos. 

A divergência de opiniões não justifica nada.

Provavelmente para ti continuo a ser uma miúda, ainda por cima pespineta, pronta para responder a provocações. Ninguém me ensinou a ser assim e nem o considero um defeito. Está-me no sangue e neste meu feitio, que até não é mau de todo. 

O que tu talvez não te dês conta é que eu entretanto cresci e já sou uma mulher adulta com opiniões formadas. 

Às vezes sou orgulhosa, teimosa e até irritante. Às vezes as minhas gargalhadas deixam-te com os nervos em franja, porque não percebes onde está a piada. 

Gosto de rir em alto e bom som e de me expressar quando acho que devo. Nem sempre fico calada quando há alguém em cima de mim a dar-me nas orelhas e a desrespeitar a minha opinião, só porque sim. 

Já lá vai o tempo em que eu não dizia nada e ficava a remoer os assuntos dentro de mim, sem saber como sair dessa encruzilhada. Ficava magoada e triste, perdendo um tempo precioso com coisas que não mereciam tanta atenção da minha parte. 

Ficava até revoltada com dores de cabeça, de estômago e com vontade de vomitar. Essa atitude não me trouxe grandes vantagens. Talvez me tenham dado rugas precoces, bastantes desfavoráveis. 

À medida que fui crescendo, fui aprendendo a não dar demasiada importância a essas desilusões e ao mesmo tempo com o sentimento que era no diálogo que as pessoas se podiam entender. (Nem sempre é verdade, o que também aprendi depois de crescer).

Então parti voluntariamente para o diálogo, na disposição de ouvir e entender, pensando que os outros deveriam fazer o mesmo. 

Parece-me agora que há quem não cresça nunca. Parece que há quem sinta prazer em discutir, sem nunca chegar ao consenso. Não digo que seja o teu caso. Ou será?

Sei que a vida nem sempre tem sido generosa contigo. Que já passaste por grandes provações que te provocaram uma dor enorme, dificilmente ultrapassável.

Isso não quer dizer que tenhas que ser destrutivo. Justifica a tua tristeza mas não a tua agressividade.

Eu preciso de falar e sobretudo de ser respeitada. 

Às vezes prefiro o silêncio como forma de me expressar. Quando sei que não chego a lado nenhum através das palavras. Quando sou agredida no diálogo. Quando não quero perder tempo com quem não me entende, porque não me sabe ouvir. 

As zangas não nos levam a lado nenhum. Deixam-nos apenas fora de nós, críticos e injustos. Deixam-nos amargos e maldizentes. E no final fica um vazio que não compensa. 

Pensa no assunto e fala comigo quando te apetecer. Não demores muito. Não te deixes ficar na tua, mantendo uma postura amargurada. O tempo passa depressa e nem sempre cura tudo. Pode muito bem em vez disso, destruir uma amizade de longa data. 

 

Reinventar-se

 

 

 

Já tinha passado por várias crises, existenciais, inclusive. 

Estava agora numa fase da vida em que tinha experimentado quase tudo. 

Deu-se conta de quantos capítulos tinha encerrado... 

Uns por necessidade, 

outros por conveniência, 

outros por satisfação. 

Tinha aprendido muito com todos eles e sabia que a vida era feita de ciclos. Quando uns se fechavam, abriam-se outros para que fosse possível continuar a aprender.  

A página em branco diante de si deixava-o hesitante e confuso. Não sabia como a preencher. 

Voltar atrás para reescrever a sua história, estava fora de questão. 

Precisava urgentemente de partir para outra, sem ter que dar explicações. Queria reinventar-se ou criar alguma coisa que nada tivesse a ver com toda a sua existência, mas que incluísse ao mesmo tempo todos os que eram importantes e que amava. 

Precisava muito das suas memórias, principalmente das boas. Lá estavam factos que não queria perder nem por nada, assim como experiências preciosas que lhe tinham mostrado   o que de mais importante havia na vida. 

A Família e os amigos de longa data não podia deixar para trás. Eram referências primordiais.

Partir para outra sem os levar atrás, era como se morresse e não deixasse nada. 

No meio da caminhada parou para pensar. Chorou sozinho. Riu-se sozinho. Sozinho estava ele sem saber como se reinventar. 

Já tinha caído e já se tinha levantado. Já tinha aprendido e já tinha errado. Já tinha sido activista, idealista, realista mas nunca se tinha acomodado. 

Faltava-lhe viver uma coisa diferente. 

Talvez outro amor. 

Talvez a serenidade. 

Talvez a esperança. 

Talvez a benevolência. 

Talvez outra atitude! Estava ai a chave do mistério. 

Para se reinventar, tinha que ter outra atitude perante o que lhe ia acontecendo na vida. 

Aceitação era apenas uma delas. 

Pensou nos amigos que tinham partido, sem terem tido tempo de aceitar o que a vida lhes tinha trazido. 

Então era por ai o caminho a seguir. Mudar de atitude. Aceitar a vida. Recomeçar de novo com outro olhar. Precisava de amar e de ser amado, sem dor nem penitência. 

Tinha que arrancar a raiz de todas as desilusões e amarguras - A culpa do passado, mesmo que a terra toda ela tremesse debaixo dos seus pés. 

Voltou para casa mais animado, admirando a paisagem que lhe devolvia a fé. 

Afinidade

 

 

É tão essencial sermos diferentes um do outro, como de termos alguma coisa em comum. 

Não falo só de educação nem de gostos. 

Não falo em concordâncias absolutas em tudo o que dizemos ou fazemos, já que isso seria fatal. 

É mais na base de deixarmos que cada um tenha as suas próprias ideias, que as possamos expressar e mesmo assim sentirmos que existem afinidades. 

Vêm elas do mesmo espírito e dão-nos vontade de ficar, de compreender  e aceitar as diferenças e a genuinidade.

São as saudades que sentimos dos mesmos momentos partilhados e a necessidade de os reviver em conversas,  mostrando tão naturalmente o nosso afecto e cumplicidade. 

Temos almas que se encontram na mesma frequência e que vibram com a mesma intensidade. Os laços que nos unem são mais fortes do que qualquer factor que os tente destruir, ainda que venha por inveja e com maldade.

Olhamos um para o outro com olhos de ver e é por isso que tão bem conhecemos o que nos vai no coração, como se o partilhássemos nos nossos corpos desiguais. 

Afinidade... Não sei se se explica como acabei de explicar.

Acho que formamos um todo, naquilo que mostramos e no que escolhemos não mostrar.  Podem ser coisas diferentes, e apesar de não o dizermos, sabemos quais são e deixamos que assim seja, por respeito e amizade.   

Encontramo-nos  na mesma esfera sem interromper a nossa privacidade e conhecemos os nossos limites, sem ser preciso delinear espaços. 

São as lições de vida que aprendemos e que tão bem se encaixam. 

Queremos o melhor um para o outro, ainda que esse melhor signifique coisas tão opostas. Um pode precisar de andar para a frente e o outro de olhar para trás. Mas lá no meio achamos o nosso meio comum, o mais bonito de todos os que já vivemos. É lá que somos autênticos, que vibramos e temos aquela vontade louca de nos abraçarmos. 

No abraço não há pressa nem há tempo. Há apenas o nosso afecto que escolhemos compartilhar. 

Estás de volta

 

 

 

 

Não te vejo como um homem igual a todos os outros. Vejo-te como amigo inseparável dos meus irmãos, os que me são tão próximos e que adoro. 

Conheço-te há muito tempo, desde que me lembro de mim, com idade de me lembrar das coisas e de as reter. Não são memórias inventadas na minha cabeça. São episódios reais que partilhámos sem te dares conta e que jamais esquecerei. 

Sempre foste um tímido e eu, como miúda que era, não ousava falar contigo directamente. Ouvia a tua voz e sabia identificá-la na perfeição. Sabia que eras tu que entravas pela porta adentro,  ainda que nem sempre te visse. 

Ouvia as tuas risadas e o tom de voz que subia quando te irritavas. Irritavas-te com alguma facilidade, e ao contrário dos outros que te davam troco, eu ficava atrás da porta fascinada pela tua voz decidida e franca. 

Nunca foste de ficar pelo meio das coisas. Eras sim ou sopas, tudo ou nada. Era dessa frontalidade que eu gostava, mesmo sem saber bem o que isso queria dizer. 

Um belo dia deixei de te ver e nunca percebi porquê. 

Eu sei que o país tinha mudado e com ele muitas vidas seguiram um rumo diferente do habitual. 

Ainda assim, continuei pela vida afora a pensar no que seria de ti. Ao contrário de tantos outros que continuaram a frequentar a minha casa, tu tinhas desaparecido do mapa.

Dava por mim a pensar como seria a tua vida, durante toda essa ausência injustificada. 

Ninguém se zangou contigo nunca. Ninguém te culpou de nada nunca. Sempre fizeste parte lá de casa. Por isso não carregues um peso desnecessário e faz as pazes contigo mesmo. O que aconteceu no passado foi ultrapassado e não há nada que possamos mudar. 

A vida tem reviravoltas muito engraçadas. Passados estes anos todos, em que nada sabia sobre ti, aqui estás tu de volta e ainda bem. Espero que não desapareças outra vez, porque iria ficar francamente desapontada.

Para amar, basta existir

 

Senta-te  ai e ouve-me. Não digas já que não tens tempo com um ar enjoado, nem ponhas aquela cara de desprezo, como se eu fosse a última pessoa que te pudesse aconselhar.

Eu conheço um pouco da tua vida. Afinal és mais um exemplo de muitos que observo por ai. 

Todos nós sabemos que a vida não é fácil. Mas repara... Temos tudo nas nossas mãos para mudar algumas coisas e sermos mais serenos, em vez de andarmos sempre stressados.  

Não falo de mudar a vida propriamente dita, mas sim da maneira de a encarar. 

Se estiveres sempre de pé atrás, certamente nada de bom te irá acontecer, sobretudo no que diz respeito às tuas relações pessoais. As de carácter profissional não são agora para aqui chamadas.

Eu sei que não é fácil mudar. É preciso ter força de vontade e mais ainda ter a capacidade de abrir os olhos para ver o que se passa. O que acontece contigo, acontece com milhares de pessoas, o que é para ti é uma tragédia onde te refugias para te lamentares, como se isso fosse uma doença fatal. 

Tudo porque não te atreves a deixar o orgulho de lado, dando-lhe a única importância que merece: desnecessária. 

Quando falo de orgulho, refiro-me àquela carapaça que enfias e se adere à pele, dificilmente descartável. Ao fim de pouco tempo passa a fazer parte daquilo que não és, mas que inevitavelmente te retrata, quando se fala sobre ti. 

Não queiras ser o mau da história, até porque, se bem me lembro, és bem melhor do que muitos que conheço e que andam por ai a gabar-se. 

Não culpes ninguém da imagem que passas. Lembra-te que a escolha foi unicamente tua,  talvez por preferires que te desconhecessem a alma. 

Então toda a tua vida tem sido infernal. Os outros não se aproximam porque não gostam de conflitos e tu ficas num canto, perdido, amargo, rabugento e magoado. 

Já pensaste que também magoas os outros com essa carapaça que não largas? 

Aprende a despi-la - Ela não te faz falta. O que faz falta é a tua sensibilidade, a tua paciência e o teu perdão para com as fragilidades alheias e sobretudo para com as tuas. 

Aprende a ser benevolente, confiante e justo e concede aos outros a liberdade de discordarem quando falas. Não lhes respondas antes de os ouvir, porque podem ter muito para te ensinar.  

Não prolongues o teu suplício nem te queixes da ingratidão humana. Receberás o melhor dos outros quando deres o melhor de ti. 

Essa é a melhor recompensa do amor. Não fiques pela metade mas entrega-te inteiramente sem te sentires inferiorizado.  Sabes que para amar, basta existir. 

O meu conselho é que aprendas a mudar a tua existência. Recomeça do zero se for preciso, mesmo que te custe os olhos da cara. Antes isso do que viveres infeliz até ao final dos teus dias. O tempo não volta para trás, meu amigo. Mas daqui para a frente, peço-te que largues de vez essa tua postura de quem é dono do mundo. Sê antes dono da tua liberdade e faz dela uma ponte de serenidade.

 

 

 

 

 

 

Mostra-te

 

Vê só o que conseguiste até agora e onde isso te levou. Ao sucesso profissional sem dúvida, mas a troco de um esforço que para mim não faz sentido. Sempre deste mais prioridade à tua carreira, às relações que te podiam fazer subir na vida, descuidando da tua vida pessoal. 

Sei que te sentes sozinho e triste muitas vezes, embora sejas incapaz de o dizer, mesmo aos mais íntimos dos teus amigos.  

Era bom que te esforçasses para falar mais sobre o que tens aí dentro, tão diferente do que deitas para fora.  Não sei até que ponto te consideras feliz e que significado tem essa palavra para ti.  

Repara que nem sempre é a agressão física a que mais magoa.

São antes as atitudes gratuitas de antipatia, os comentários fora de propósito e os gestos de puro egoísmo. Talvez não tenhas consciência do que acabo de te dizer. Mas é assim que te vêm a maior parte das vezes. Alguma vez procuraste a sintonia com os que te são mais próximos? 

Talvez seja por isso que tens muito mas que te falta o que há de mais precioso na vida. Sentires-te amado. Sabes o que isso é? É o mais nobre dos sentimentos. Aquele que te faz correr de cabeça perdida e os pés a voar. Vem directamente do coração, sem passar pela lógica do raciocínio que pode ser tão incomodativa e castradora.

Não penses, faz. 

Ama agora enquanto é tempo. 

Ama sem preconceito e sem essa tua lógica tão racional. 

Não penses, vai. 

Deixa-te levar por esse ritmo tão doce e tão gratificante de dar e receber. 

Entra nessa dança e nessa melodia, até ficares tonto e insensato. Não te culpabilizes de pareceres ridículo. Ridículos são os que não sabem amar, nem se deixam ser amados.  

Não sejas tão severo contigo mesmo, nem queiras ver os outros à tua imagem. 

Ri-te de ti próprio e com os outros que estão à tua volta. 

Põe amor em cada gesto que fazes. Dedica-lhes não apenas o teu tempo mas ainda o que escondes no teu íntimo, como se fosse um pecado que não ousas mostrar. 

Não tenhas vergonha de ser doce. Não te importes de mostrar um pouco mais da tua tua inocência, aquela que um belo dia decidiste trancar, enterrando a chave no lugar mais longínquo que conseguiste encontrar. 

Ser condescendente não tem nada de criminoso nem de grotesco. Aprende a mudar a tua postura que só te tem trazido dissabores, deixando-te sem esperança e sem chão para caminhares. 

Sê aquilo que desejas há tanto tempo. Mais falador sem arrogância, mais humilde sem vergonha, mais carinhoso sem afectação. 

Mais de ti é o que queremos ver. Não o homem que se perdeu à procura de triunfos palpáveis, mas aquele que tem medo de se dar e ser amado.