Ano novo e a vida continua
Não dei pela passagem do ano. Sobrevoei o Atlântico dentro dum avião que vinha de São Francisco e aterrei em Londres antes de apanhar mais um que me trouxe até Lisboa.
A minha primeira reflexão deste ano não comporta frases feitas nem clichés.
Nada mudou ainda...
Tenho comigo o ano passado e muito dos anos anteriores. Alegrias e tristezas, conquistas e frustrações. Tudo isso me acompanha e faz parte de mim.
Gostaria de dizer que tenho a certeza que vai tudo mudar para melhor, que o meu empenho vai ser mais perceptível e que estou prestes a atingir o meu auge. Resumindo: não tenho a certeza de nada porque não sou assim tão optimista.
Já ando nisto há uns anos. Perco batalhas e falho nos meus propósitos, porque sou um ser imperfeito, mesmo quando as minhas intenções são as melhores do mundo.
Não quero atribuir culpas a terceiros nem sequer a mim mesma, porque no decorrer dos dias há sempre imprevistos. Não sei como irei reagir. Não sei se irei agradecer o suficiente para que os outros entendam o quanto estou agradecida. Não sei se irei ter sempre paciência, força e atitudes positivas. Não sei se as minhas acções vão ser sentidas como um apoio, um desamparo ou pura e simplesmente como uma invasão dum espaço onde a minha presença não deveria ser sentida.
A única certeza que tenho é que quero ser melhor. Em relação aos outros e a mim própria. A dúvida surge no momento em que penso se será isso possível.
Ano novo e a vida continua.