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Digo eu

Digo eu

Dilema

Estou aqui a roer-me num incrível dilema. Não é nada de dramático. É apenas uma questão de saber o que fazer desta casa que comprámos para 4 e que, dum dia para o outro, ficou grande demais para 2. 
Pelo andar da carruagem, tudo me leva a crer que as minhas filhas não se voltarão a instalar aqui de armas e bagagens, nesta casa onde ainda têm cada uma o seu quarto. Às vezes ainda me custa a acreditar nesta saída tão repentina. Não é que eu não soubesse e que elas tenham dado à sola sem avisar. Não, não foi nada disso. Simplesmente é caso para dizer: "Bolas, o tempo passa tão rápido… Qualquer dia sou velhinha". 
Se elas estão na segunda era da descoberta, em que querem abrir portas e janelas, ver tudo o que puderem, andar pelo mundo fora sem nada que as prenda à terra onde nasceram, eu do meu lado estou numa era bem diferente. Enquanto o ciclo delas está muito longe de estar encerrado, tendo ainda tanto para experimentar, desvendar, constatar, esclarecer e sobretudo sentir, saber o que importa realmente, quem são as pessoas que contam e que fazem diferença nas suas vidas, se fazem ou não tensões de constituir a sua própria família (uma decisão que ainda deve estar longe de ser pensada), o meu ciclo de agora está basicamente completo - é o tal da aceitação. Primeiro ponto: aceitar que elas cresceram e que até já são maiores de idade. Segundo ponto: aceitar que não só escolheram sair de casa, como sair do país para encontrarem o que quer que seja que procuram. Terceiro ponto: aceitar que a casa ficou grande pacaraças, vazia pacaraças, basicamente deserta sem as suas presenças, as suas conversas, as suas gargalhadas e até as suas irreverências. Falta-me aceitar outras coisas ainda, mas isso é outra conversa.
O que fazer da casa? Transforma-la? Há que pensar e decidir o que faz mais sentido e se há condições para lhe dar o devido sentido. Heis o incrível dilema.
Pois que a nossa geração não anda pelo mundo de mochilão. Temos outras exigências e outras preocupações que nos fazem andar com os pés bem assentes na terra, fazendo contas à vida e o que é melhor fazer dela.

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