Linha
Não conheço a distância que me separa dum abismo. Se no caminho que percorro existe apenas uma linha ténue e quase imperceptível entre uma vivência saudável e outra carente de sentido.
Ainda sei o que me passa pela cabeça face às vicissitudes da vida, sendo capaz de reagir, mesmo quando não encontro a melhor solução.
O que acontece afinal para se dar o tão fatídico desequilíbrio, com consequências dramáticas em relação à própria maneira de ver e estar na vida, é realmente o que mais me intriga.
Deve haver tanto razões físicas quanto psíquicas para que se dê uma total impotência face às reflexões e conflitos, desencadeando emoções desproporcionadas face à impotência de resolver algumas questões pessoais.
Hesitações e dúvidas todos as temos. Mas para quem transpõe essa linha quase imperceptível, passa apenas a ver portas fechadas e uma total escuridão num labirinto intransponível.
Não será apenas por insegurança, mas talvez por se dar um enorme conflito entre vários factores interiores e exteriores, com consequências catastróficas para quem se deixa atrair por um precipício.
Sei de quem já lá esteve e como é tão difícil ou mesmo impossível voltar ao normal.
Esta é uma das questões em que mais penso e onde o chão mais me foge.