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Digo eu

Digo eu

Não me prometas

 

 

Não me prometas nada. Ou então promete-me não prometeres. 

Eu sei perfeitamente que as tuas intenções são as melhores do mundo, mas também te conheço como a palma das minhas mãos, ou melhor do que a elas. 

Não quero criar expectativas para depois me decepcionar. Já estou habituada a virar-me sozinha, mesmo quando os planos me saem furados. 

Seria óptimo ter-te sempre por aqui, disponível e afável. Acontece que a história é outra bem diferente. 

Faz tempo que não moras aqui. Faz tempo que criaste a tua vida longe da minha, os teus hábitos diferentes dos meus e o teu timimg de acordo com a tua disponibilidade, também ela  discrepante da minha. 

Seria uma injustiça pedir-te que ficasses. 

Seria egoísmo meu se te pedisse o que não me podes dar. 

A tua preocupação para comigo tem sido um grande presente na minha vida. Tens-me dado força a toda a hora, puxado por mim, fazendo com que eu não desista de mim nem do que faço. 

Nem imaginas  o bem que me fazes, mesmo quando eu te digo e me repito, usando as mesmas palavras ou palavras com o mesmo significado. 

A forma que encontro para te agradecer, é dizer-te que te amo com todas as minhas forças e que te apoio incondicionalmente nas decisões que vais tomando e que variam, às vezes da noite para o dia. 

Eu conheço-te como a palma das minhas mãos ou melhor do que a elas. 

Conheço a tua maneira de pensar, a tua pressa e a tua inquietação. 

Conheço a tua alegria e a tua tristeza. 

Conheço os teus sonhos e as tuas indecisões. 

Sei do que és capaz. Conheço a tua valentia, o teu esforço e a tua excentricidade. Conheço os teus ataques de mau feitio e a tua impaciência. 

Mas também sei que não há ninguém com uma alegria tão contagiante quanto a tua. 

Não há ninguém com as mesmas gargalhadas.

Não há ninguém como tu.

E por tão bem te conhecer, peço-te que não me prometas nada. 

Deixa a vida acontecer. E nesses planos que vais fazendo, trocando-os da noite para o dia, sei que de alguma forma, estou sempre lá.