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Digo eu

Digo eu

Nós

 

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Para quem vê de fora, há tanto que não se explica. Códigos secretos e olhares, risos e disparates que só combinam entre quem partilha a mesma mesa, o mesmo quarto e os mesmos pais. 

Conivência e intimidade são algumas das palavras que definem esse tipo de amor, onde ninguém denuncia ninguém e vale uma vida inteira de compreensão de traumas escondidos, dores disfarçadas, raiva acumulada, alegria infantil e indolência justificada. Até à distância, as mãos se conhecem e se entrelaçam. Até no silêncio, o entendimento é real. Ao fim e ao cabo, é aquele olhar de cumplicidade que nos levanta e ampara, que justifica e autentica a beleza da vida, do mundo, das pessoas. E, de alguma forma que não sei explicar, tranquiliza e satisfaz. 

Não há nada mais suavizante do que todas essas lembranças que dividimos há tanto tempo. Tudo de nós está lá nas memórias de joelhos esfolados, cigarros compartilhados, pijamas a cheirar a lavado e a voz da mãe para explicar a vida e validar o amor.