Quando o amor não vence
Nunca estive no teu estado. Imagino apenas como que será ver a vida de pernas para o ar, depois de já teres tido tudo no seu lugar.
Deves pensar neste momento como foi que tudo aconteceu, em todas as razões estúpidas ou fudamentadas que te conduziram para um túnel, onde ainda não vislumbras nenhuma espécie de luz. É quase como se te encontrasses num beco sem saída, em frente a um muro de betão armado, construído da terra até ao céu. E ali estás tu especado, sem esperança nenhuma de voltar a ser feliz.
Quando escolheste esse caminho, não te deve ter passado pela cabeça o que iria acontecer, independentemente dos desencontros que vão fatalmente surgindo numa vida a dois.
Deves ter especulado tantas vezes sobre como voltar atrás no tempo, passando uma borracha em cima das desavenças e recomeçar de novo. Para isso teria sido preciso saber conversar, deixando o orgulho de lado, sem fazer questão de saberes quem tinha ou não razão.
Viver a dois não é fácil. Nunca foi. Sobretudo porque fazer cedências doí. Dar o braço a torcer, perdoar e seguir em frente é algo que raramente acontece. Raramente se conseguem esquecer as mágoas de cada conflito, tantas vezes contabilizados.
Cada um está convencido que a culpa vem do outro lado, quando na realidade há sempre falhas dos dois lados. Há sobretudo aquele orgulho besta entre pessoas que se amam, que arrasa até com o próprio amor.
Seria estúpido da minha parte dizer-te para esqueceres toda essa vida que partilhaste e onde infelizmente, perdeste mais do que ganhaste.
Pensa apenas que não foste o único. Quando uma relação acaba, ninguém é vencedor de coisa alguma. Fica apenas um vazio e a terrível experiência dum amor fracassado.