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Digo eu

Digo eu

sem desculpa

 

Há pessoas a quem não tenho nada para perdoar, porque gosto genuinamente delas. Independentemente do género ou do feitio, merecem as chances que eu lhes quiser dar. Cenas menos agradáveis são naturalmente esquecidas e ultrapassadas, já que o elo que existe entre nós, é mais forte do que qualquer desentendimento que possa ter acontecido.  

Tu não és certamente uma delas e eu nem devia perder o meu tempo a falar sobre ti. O problema é que me estás entalado e eu preciso de encerrar o assunto para seguir a minha vida. 

Então, se por acaso um dia me cruzar contigo nalgum lado, vou-te olhar nos olhos, provavelmente sorrindo,  para que sintas a minha raiva e tudo o que ela traz. Desconforto, vergonha (se é que a tens), frio ou calor  (tanto faz) e ansiedade. 

Pior do que traírem a minha confiança, é traírem a confiança das pessoas por quem eu daria a minha própria vida, sem hesitar.

Quando penso em ti, sinto um desprezo profundo, daqueles que é praticamente impossível de relatar. 

Sou muito boazinha até me pisarem os calos. Tenho a noção que sou naturalmente  simpática quando quero, ou uma trombuda  quando alguma razão forte me assim faz parecer. Agora sei: Não tenho nada de bom para te oferecer.

Vi com os meus próprios olhos, os danos emocionais que causaste.  Não tenho nenhum respeito por ti. Não há nenhuma atenuante que me faça rever o teu caso.

Enganas-te redondamente se pensas que um dia eu vou esquecer e perdoar. Não há nada que me possas dizer, nada que possas fazer que me faça mudar de opinião. Até o teu sorriso, o teu jeito dissimulado e esse ar de quem não faz mal a uma mosca me irritam profundamente.

O tempo nem tudo cura, sabes? Às vezes é ao contrário. Quanto mais tempo passa, mais certeza tenho que enganaste a pessoa errada. Talvez não te dês conta disso... Talvez por seres uma pessoa sem escrúpulos e sem carácter. Talvez não te tenham educado ou talvez o tenham feito, embora não tenhas aprendido nada. Ou então é de ti que vem essa ausência de consciência, a falta de noção mais descarada, quando te atiraste de cabeça para onde nem nunca devias ter olhado. 

Quando penso em ti, despertas-me sentimentos que eu nem sonhava que poderia ter. Repúdio. Aversão. Asco. Desdém...

Enfim, se por acaso algum dia te voltar a ver, serei a maior bandida que alguma vez encontraste. Ou talvez nem me dê ao trabalho de olhar para a tua cara, e tudo o que acabo de dizer, encerra definitivamente este capítulo, fazendo aquilo que mais quero. Esquecer que um dia pisaste a minha estrada.