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Digo eu

Digo eu

Vou até onde o coração me levar

 

 

 

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Queria ir até onde o coração o levasse. Todos os dias  reparava que esse amor que sentia não lhe impunha limites e estava disposto a continuar. De repente, houve um dia em que começou a pensar se a diferença de idades não seria um entrave, nessa luta que enfrentava todos os dias entre o trabalho, a casa e a maior vitória de todos os tempos. A de ter conquistado o bem mais precioso da sua vida -  havia alguém por quem estava perdidamente apaixonado. 

Todos os dias cuidava do seu bem mais valioso, da melhor maneira que sabia, correndo o risco de não acertar. Temia a chegada de um dia ter  “amar pelos dois”, o que não lhe parecia sensato. Não era que não conseguisse, mas achava que seria uma solução egoísta demais.  Precisava de se certificar que o seu amor não era uma prisão ou um sentimento que vinha apenas do seu lado. Não suportava sequer, de forma alguma, imaginar que outros factores medíocres fossem a razão de ela ficar. Rachar as despesas: apenas um detalhe no meio de tantos outros que tinham acordado entre si. Cuidar da limpeza da casa, outro detalhe, abastecer o frigorífico, outro mais. 

Todos estes detalhes eram agora tão insignificantes comparados com o que sentia pelo seu bem mais valioso, a menina por quem tinha decidido entregar o seu coração , esperando que ele nunca parasse. Voltou a pensar na diferença de idades. Ele mais maduro, tinha-lhe ensinado tanta coisa sobre a vida. Ela uma menina, precisava desse amor e algo mais. Temia ter que “amar pelos dois” e suplicava que esse dia nunca chegasse. Seria um suplício vê-la voar e não poder voar ao seu lado, torcendo para que esse amor fosse mais forte que qualquer diferença, qualquer entrave.